Hoje em dia, a indústria da moda está sujeita a várias transformações e, como em tudo, resultam em vários pontos de vista.
Um deles é a moda sustentável. Por um lado, é bem recebida e é um aspeto cada vez mais introduzido nas diferentes marcas. Por outro lado, é um assunto que, ultimamente, tem sido a personagem principal de inúmeros debates. Seja pelo uso, com maior frequência, das marcas em explicar que o valor das suas peças deriva do uso de matéria prima e de todo o seu processo de produção sustentável.
Os valores elevados que deixam uma camisola fora do alcance de qualquer pessoa. O debate entre a moda sustentável e a moda rápida, em que a primeira é o futuro e a outra é vista como negativa e pejorativa para o nosso planeta. Uma é acessível e rápida de adquirir e a outra tem maior durabilidade e o seu valor pode não ser tão acessível.
Mas, então a moda sustentável é elitista? Pensamos que pode variar pela forma como olhamos para este tema. Na nossa perspetiva, deve existir um equilíbrio.
Em primeiro lugar, consideramos a dita fast fashion como algo extremamente negativo na nossa indústria que, ao longo do tempo, tem vindo a ganhar uma força cada vez maior. É rápida na sua criação, rápida na sua produção e é rápida no seu consumo. Muitas vezes, a sua qualidade e durabilidade são colocadas de parte e a sua produção é realizada da forma mais rápida e menos sustentável a todos os níveis.
Em segundo lugar, temos a moda sustentável, onde as condições ambientais, sociais e de produto são todas pensadas e consideradas em todo o processo produtivo e na imagem de cada marca. Nos dias de hoje, existe uma consciencialização e procura por parte das pessoas em comprar as peças certas, com o materiais certos e com as práticas certas. O conceito de certo significa ser amiga do ambiente e o mais benéfico para o nosso planeta e para nós. Ser sustentável é o presente e o futuro.
Comparar estas duas vertentes pode ser um grande debate que podemos (e na realidade estamos) estar a assistir. Essencialmente, pode-se resumir como sendo um assunto de teor social. Sustentabilidade tem sido associada a uma pouca capacidade de compra das pessoas, ou melhor, é associada a um número restrito de pessoas com capacidades financeiras para adquirir uma determinada peça. Os valores são cada vez mais elevados e, muitas vezes, muitas marcas não explicam o porquê, apenas referem que a peça é sustentável. Existe pouca transparência e muitos especialistas afirmam que esta incerteza pode gerar opiniões que não vão ao encontro da realidade.
A falta de acesso e capacidade para adquirir um determinado produto podem limitar as pessoas. Por isso é que muitas vezes, a sua direção é associada a uma moda em que uma peça está mais acessível a todos, mesmo que isso implique a incorreta e pouco sustentável forma de produção, utilização de material e pouca qualidade e durabilidade que daí resulta. Contudo, vivemos numa sociedade em que esta visão não é bem aceite, tendo uma conotação negativa e prejudicial para a indústria da moda.
Nós, na Wedoble, consideramos que deve existir um equilíbrio. Cada pessoa tem o direito de fazer as suas escolhas. Desta forma, podemos acompanhar essas escolhas e introduzir (e pensamos que já está a ser feito) a ideia de que quando compramos, devemos comprar para que dure. A durabilidade é o conceito que surge e que pode trazer equilíbrio para este assunto. Além da utilização de uma camisola, saber fazer com que ela dure — seja por continuar a usá-la, seja pelo vínculo de segunda mão ou seja por não descartar e perceber como podemos reciclar as nossas peças de roupa.
A Wedoble sendo parte da moda infantil, existe uma grande preocupação em tornar esta durabilidade realidade— o cuidado com a qualidade das nossas peças faz com que sejam usadas muitas vezes e, caso não sejam, existir a alternativa de dar a oportunidade de uso a essa mesma peça, podendo ser reciclada e não descartada. A Wedoble acredita neste equilíbrio. Adicionamos o facto de querermos ser, cada vez mais, transparentes com as pessoas, para que seja claro de perceber o nosso trabalho, as nossas ideias de produto, todo o processo de produção e a nossa missão em sermos sustentáveis. É algo que concordamos ser cada vez mais desafiante, em particular a nível económico, mas devemos confiar sempre num equilíbrio.
Além disso, é necessário que esta esfera da sustentabilidade seja regulamentada e bem definida de forma clara, para que os próprios consumidores possam ficar esclarecidos e que deixe de existir esta diversidade que pode levar ao preconceito.
E vocês? Queremos saber a vossa opinião sobre estes assunto, que acreditamos ser extremamente importante de definir e debater.