A partir do momentos que decidimos criar uma família, torna-se importante perceber que iremos ter a responsabilidade de uma criança e, acima de tudo, iremos ter uma relação e uma ligação inquebrável. Já consideramos, aqui no blogue, que esta relação entre mãe-filhos e pai-filhos é difícil, pelo facto de estarmos a falar de algo inexplicável e que durará a vida toda. Só quem é mãe ou pai é que sente.
A ideia de família é definida consoante a realidade de cada um, consoante aquilo que foi sempre ensinado ou pelo menos transmitido ou consoante tudo aquilo que vamos aprendendo com as nossas experiências e vivências. Podemos considerar que não existe uma única definição, como não existe um modelo de família que é considerado certo. Teremos a família de sangue e, como se costuma dizer, temos aquela família que escolhemos.
A família, para nós, tem uma grande influência na nossa maneira de ser. A forma de ver o mundo inicia com aquilo que os nossos pais nos permitem ver e explorar. A partir de uma certa altura acabamos nós por continuar a aprofundar melhor, descobrir e a aprender coisas novas.
Não podemos esquecer que é com o nosso pai e mãe que começamos a ter os nossos primeiros momentos de socialização e são eles que nos permitem e ajudam a crescer e a desenvolver. Tanto pelas condições básicas e necessárias para crescermos de formal normal e saudável, como a nível de condições que nos permitem viver em sociedade— educação, valores e transmissão de conhecimentos.
O cuidar de um bebé e criança exigem uma grande disponibilidade e, ao longo do seu crescimento e desenvolvimento, irão apresentar diferentes necessidades. A família estará disponível para fazer de tudo para que o seu bebé se sinta bem e feliz. Tal organização é feita pela constante comunicação entre pai e mãe, que fazem com que sejam a equipa ideal para satisfazer as necessidades do seu pequeno.
Para além de todos estes aspetos mencionados, uma coisa que podemos destacar é que cada família é aquilo que cada pessoa considera ser família. Quando falamos dos modelos de família, podemos abrir aqui um período de tempo enorme para abordar este tema. Mas, para hoje aqui no blogue, queremos abordar um tema que achamos interessante e, principalmente, importante das destaque: ser mãe ou pai solteiros com um bebé ou criança.
É um assunto que, cada vez mais, está presente na realidade de hoje. Consideramos a família muito importante para o crescimento e desenvolvimento do bebé, pois afinal de contas é o seu porto seguro e de conforto.
Uma pergunta que nós colocamos hoje: ser mãe ou pai solteiro pode ser uma realidade que pode estar a mudar a ideia de como vemos o modelo de família? Bem, mudar pode estar a mudar, porque é algo que começamos a ver com regularidade. No entanto, é certamente um desafio e uma aventura enorme, pelo facto de existir apenas uma pessoas que terá o papel redobrado. Existem exemplo de pais que se separam, são viúvos ou solteiros, pelo que têm de tomar conta sozinhos da suas descendência.
Uma particularidade que temos de ter em consideração é o padrão pai+mãe ser ainda dominante para as crianças. É um modelo predominante vermos casais (casados ou não). Muitos especialistas reforçam a ideia de que os dois pais são melhores do que apenas um. Um pai sem mãe ou a mãe sem pai, são duas situações que ainda não se sabe bem como lidar. Com tais características, foi importante para nós tentar perceber estas situações, abordar e partilhar com vocês.
A primeira coisas que fizemos foi tentar perceber se a família monoparental pode ser ideal. Um coisa é certa, é algo que começa a ser bastante comum, mesmo quando deixamos os nosso filhos na escola e reparamos que não somos os únicos, faz-nos pensar que começa a ser uma situação que abrange outras realidades como divorciados, separados, solteiros ou viúvos.
Contudo, isto leva-nos a uma pergunta importante — como é que um pai ou mãe solteiros podem aglomerar tantos papéis? Hoje, esta realidade já não é apenas associada às mulheres solteiras. O número de casos de pais solteiros que vivem com os seus filhos continua a aumentar. Nos dias de hoje, este desafio solitário surge na sequência de uma separação ou divórcio. A partir deste momento, estará a cargo do pai ou mãe em tratar de vários assuntos— os biberões, ir para o trabalho, buscar a criança ao infantário, cuidar da casa, fazer as compras, entre outros.
Enquanto seres humanos, nós pomos em causa várias coisas, sendo que uma delas é perceber se somos capazes e se estamos seguros dos papéis que desempenhamos— por exemplo, se sou bom marido ou boa esposa. Porém, um papel que teremos sempre de assumir e é um vínculo filial é o papel de pai e mãe— fará de tudo pela sobrevivência da sua família.
Por vezes, pode ser uma realidade muito complicada por ser resultados de uma separação antes ou mesmo a seguir ao nascimento do bebé. Existem alguns conflitos, dificuldades na partilha da custódia, toda uma logística para que os pais tenham de morar perto e, pode ser um incómodo e estranho durante algum tempo.
Uma pergunta que o indivíduo que esteja nesta situação de monoparentalidade faz é se será bom pai ou mãe. Perceber se está a fazer o mais correto para o seu filho ou filha. Existe esse sentimento de culpa de não conseguir estar a assumir e a representar os dois papéis ao mesmo tempo. Bem, achamos que farão sempre o que for melhor para o vosso filho e filha. Não é necessário que exista uma imposição de autoridade quando falamos de determinados papéis.
Da informação que fomos recolher e analisar, é natural esse sentimento, mas o normal será manter uma relação simbiótica entre si e a criança. Esse deverá ser o nosso foco, pois as ideias que possam pôr em causa o nosso papel devem ser postas de parte para não termos outras preocupações.
Uma questão que queríamos abordar neste tema, é o facto de existir uma maior necessidade de conciliar e organizar ainda melhor a vida profissional com a vida familiar. Não iremos mentir, será uma tarefa árdua e diária. É algo que a mãe e o pai deverão aprender, porque para além da vida que ocorre fora do seu núcleo familiar, terão uma criança que dependerá de nós e não temos como dividir essas responsabilidade com o nosso par.
Este tipo de situações exigem um grande esforço por parte de um pai ou mãe, pelo que é saudável que as pessoas possam expressar as suas dificuldades e momentos em que perde alguma motivação e ânimo. Pode ser que até encontre pessoas que estão a passar pelo mesmo e, por isso, não se sentirá tão sozinho nesta jornada.
Hoje em dia, pensamos que é necessário normalizar e é normal este tipo de modelos, quando falamos em família. Além disso, não devemos associar determinados contornos a tipos de família que não sejam consideradas "normais", ou seja, constituída com um pai e mãe. Contextos de violência ou delinquência são, muitas vezes, relacionados com as família monoparentais. Deveremos ter cuidado com estas afirmações e perceber melhor sobre o que poderá despoletar tais situações.
Para que as crianças comecem por normalizar esta situação familiar, podemos apresentar outros modelos que o nosso filho ou filha possa identificar-se. É necessário que estas realidades sejam abordadas, cada vez mais cedo, pelo conhecimento que estamos a transmitir às gerações futuras e tornar estes assuntos normais na nossa sociedade. Um pai ou mãe que esteja nesta situação terá muita coragem e estará a viver uma grande aventura. Temos a certeza que farão de tudo pelos vossos filhos e, eles irão perceber esse equilíbrio constante que faz, diariamente, entre a sua vida profissional e pessoal.
Nunca esquecer que não está sozinho/a e que estará a dar o melhor para ser um bom pai ou mãe para os seus filhos.
E vocês? Temos por aí um pai ou mãe com o papel redobrado? Como está a correr a vossa jornada no contexto de monoparentalidade? O que é que ela vos trouxe? Queremos saber a vossa experiência. Queremos saber a vossa opinião.
