Quando conseguimos planear e pôr em prática rotinas que o nosso bebé começa a habituar-se e que, finalmente, já é esperado que tudo corra bem e dentro da normalidade, surge uma situação: porque é que o meu bebé não quer comer, como é habitual? E a seguir, começamos a questionar se estamos a fazer algo de errado, se afinal o nosso bebé começa a rejeitar alguns tipos de alimentos, se vamos ter que recomeçar o processo de alimentação ou, num contexto mais extremo, não sabemos mais o que fazer. Isto pode causar angústia e ansiedade aos pais.
Antes demais, temos que perceber que é uma situação comum e que terá uma possível solução. Para isso, trazemos mais uma conversa com a nutricionista Tânia Tinoco para percebermos o que podemos fazer quando o nosso bebé não sente a necessidade de comer.
Uma das grande dificuldades que os pais têm é a hora da refeição quando o nosso filho/filha já se encontra numa altura pré-escolar, porque as crianças não têm fome ou não gostam de um determinado alimento. Neste momento, o stress não ajuda os pais a resolver esta situação, pois irá ser sentido pelas crianças e não ajudará, de todo.
A nossa convidada indica alguns fatores que devemos ter em atenção para tentar evitar, pelo menos, este tipo de situações.
Em primeiro lugar, ver se estamos a oferecer a quantidade adequada à nossa criança - depois de um pico de crescimento, a tendência para comer em maior quantidade começa a diminuir e, para isso, temos de respeitar essas quantidades. Forçar a criança a comer não irá ser benéfico e poderá trazer problemas como a obesidade.
Em segundo lugar, devemos respeitar os intervalos entre as refeições. As crianças se ficarem com os avós, amigos ou outros familiares, por vezes, pode prejudicar aquela rotina que já era habitual e que, situações diferentes, podem alterar. As rotinas são essenciais e é necessário explicar isso às pessoas.
Em terceiro lugar, a nutricionista Tânia Tinoco refere que a comida deve ser, ou pelo menos tentar ser, o mais apelativo possível - deve existir uma variedade de alimentos nas refeições, caso contrário, a criança pode vir a ficar cansada e começa a rejeitar comer sempre os mesmos tipos de comida. Tornar os pratos saudáveis em algo entusiasmante e apetitoso para a criança.
Em quarto lugar, poder camuflar este sentimento de stress nos momentos de refeição, mas sim torná-lo num momento de partilha, de comermos todos juntos e fazê-lo de forma constante e rotineira.
Em quinto lugar, a refeição deve ser uma atividade normal do dia a dia da criança. Oferecer uma recompensa, como por exemplo um doce, pode levar a uma associação deste momento a algo que depois terá uma recompensa. A refeição faz parte da rotina.
Um aspeto referido é quando os bebés estão na fase de crescimento dos seus dentes. Por vezes, têm dificuldades em mastigar, o que pode provocar uma rejeição pela comida. A sua gengiva está mais sensível e torna-se mais complicado para a criança digerir os alimentos.
Além disso, refere que a substituição de refeições pode criar hábitos e que, se a criança não tem fome num determinado tempo de refeição, devemos esperar pela próxima hora de refeição. A criança não terá fome e não sairá prejudicada por isso.
Estas são algumas dicas dadas pela nutricionista Tânia Tinoco a quem, desde já, agradecemos mais uma vez por esta conversa e partilha destas sugestões.
Podem ainda assistir ao vídeo para poderem ter mais algumas dicas úteis para esta situação.
O vídeo está disponível na página do Facebook da Wedoble— https://fb.watch/lqmIQpCqLw/
E vocês? Já estiveram neste tipo de situação? O que fizeram para solucionar este problema? Queremos saber as vossas experiências ou se estão a passar por esta dificuldade. Esperemos que tenham gostado e que tenham sido úteis estas sugestões.