Parentalidade
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17 Maio 2023

Parentalidade

Parentalidade

Na imaginação comum, é apenas a mãe que cuida de tudo entre a casa e a família, mas na realidade a parentalidade não recai apenas nas mulheres: os homens são, muitas vezes, postos de parte desta conversa e sofrem efetivamente desta exclusão.



Hoje em dia, os pais já não querem limitar-se ao papel antiquado de ter a responsabilidade de ajudar, financeiramente e, de ser disciplinador da família;  querem ser verdadeiros co-pais - ajudar nos cuidados aos seus filhos.



O ano 2020, com a chegada da pandemia covid-19, transformou sem dúvida a forma como a sociedade vê os pais. Existe um maior envolvimento dos pais nas relações familiares com os seus filhos e em nas várias tarefas domésticas. Em 2015, o ONS (Office for National Statistics) descobriu que os homens passaram 39% do tempo que as mulheres passaram a cuidar dos filhos, em comparação com 64% durante o ano pandémico. Esta crise acelerou assim um movimento: sem os pais, a igualdade de género para as mães não poderia ser avançada. São duas faces da mesma moeda. Se os homens continuassem a passar mais tempo com os seus filhos, a partir do seu nascimento, haveria mais benefícios para todos: mulheres, crianças, e mesmo os próprios homens, porque as relações de afeto são mais gratificantes do que qualquer outra coisa. Tal ideia recai no facto de os homens sentem-se mais livrespara expressar as suas vulnerabilidades e medos.



No que diz respeito à licença parental na Europa, podemos verificar que Espanha apresenta um melhor cenário para os pais: tanto a mãe como o pai tem direito a 16 semanas de licença (não transferíveis e 100% pagas). Destas, as primeiras 6 são obrigatórias imediatamente após o nascimento da criança, enquanto as 10 seguintes são opcionais e os pais podem optar por usufruí-las a tempo inteiro ou parcial. Esta é uma decisão que encoraja a repensar a parentalidade, enquanto um contexto que contém novos desafios sociais. É claro que os países escandinavos também criam um contexto favorável à parentalidade: na Noruega, os pais podem beneficiar de quase um ano de licença (46 semanas pagas a 100% ou 56 semanas a 80%). Na Suécia, cada progenitor tem direito a 12 meses de licença para partilhar, mas pelo menos dois meses para cada um são obrigatórios. 



Em Portugal, existem duas opções: 120 dias da mãe + 30 dias do pai (opcional) - estes dias são pagos a 100% pelo Estado português - ou 150 dias da mãe + 30 dias do pai (opcional) (pagos a 83% pelo Estado português). Para além dos 30 dias opcionais, o pai tem direito a mais 25 dias (divididos entre - 20 dias obrigatórios e 5 dias opcionais - 5 dias úteis (de segunda a sexta-feira) a serem obrigatoriamente tomados imediatamente após o nascimento do bebé. Para além desta deste pressuposto inicial, existem outras medidas específicas (de acordo com determinados contextos) relacionadas com a licença de parentalidade do pai, que estão disponíveis online.



Em Itália, a situação é completamente diferente: os pais têm direito a 10 dias de licença obrigatória remunerada. Em contraste com a licença parental, há 10 meses a serem partilhados entre ambos os pais nos primeiros 12 anos de vida da criança. Os meses tornam-se 11 se o pai demorar pelo menos três meses (contínuos ou fracionados). Se possível, outros pais devem ter a coragem de se sentirem livres para tomarem as decisões pelas quais se sentem melhor representados.



Estas medidas, por vezes, podem determinar a decisão de criar uma família. Mas, acreditamos que os vários cenários apresentados podem vir a ser um desenvolvimento positivopara o melhor acompanhamento dos primeiros meses e anos de vida das crianças e, ao mesmo tempo, um apoio aos pais na adaptaçãoe organizaçãodos primeiros tempos de uma fase tão importantes da suas vidas. O mesmo acontece, quando pensamos no papel da mãe e do pai: existe uma maior conscientizaçãodo desafio que pode ser a parentalidade e, sobretudo, uma mudança de mentalidadesobre o acompanhamento e contributo do pai, mais ativo e predisposto a apoiar e, sobretudo, começa a representar, efetivamente, os 50% de uma relação.



E vocês? Qual é a vossa opinião sobre todo este desafio da parentalidade? Como foi/é a vossa experiência? Qual é o vosso contexto?




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