Quando pensamos em alergia, queremos logo que elas nem sequer apareçam. Evitamos, tentamos evitar e até que elas aparecem (ou não).
Hoje em dia, as alergias são algo bastante comum na vida das pessoas. Quando abordamos este tema nos mais pequenos, queremos que eles não fiquem afetados ou que elas surjam o mais tarde possível. Mas é possível que isso aconteça? Não temos a certeza, mas queremos perceber.
Fomos procurar saber melhor sobre as alergias e qual será a sua influência no crescimento e desenvolvimento das crianças.
O que conseguimos perceber é que as alergias ou hipersensibilidade surgem quando o sistema imunitário dá uma resposta pouco apropriada ao contacto com uma substância habitualmente inofensiva. Estas substâncias podem ser o pólen, o pó, um medicamento ou mesmo a introdução de um novo alimento na sua alimentação. Sendo esta a última a razão da alergia, normalmente podem ser alimentos que incluam proteína de soja, marisco, frutos secos, proteína do leite de vaca, o trigo, entre outros.
Uma das alergias mais comuns é a dermatite atópica ou eczema, que deriva do contacto com a proteína do leite de vaca. Descobrimos que cerca de 6 a 8% das alergias são alimentares. Nos primeiros tempos, o sistema imunitário ainda está pouco desenvolvido, pelo que o contacto com determinadas proteínas pouco usuais, podem provocar reações adversas e provocar uma resposta inadequada do sistema imunitário. Para tal, existe aqui uma identificação de certas proteínas mais agressivas e o sistema imunitários retém essa informação. Ao mínimo contacto, existe essa reação mais evidente, como a pele irritada, pequenas erupções cutâneas ou até mesmo alguns sintomas gastrintestinais.
Dizem que a incidência de alergias tem sido cada vez menor ou mais tardia, pelo facto de termos cada vez mais cuidados higiénicos. Tais comportamentos, permite a que nosso sistema imunitário seja menos confrontado com microrganismos ou bactérias, começando por existir um desequilíbrio. O sistema imunitário torna-se hipersensível e muito ativo àquilo que são as substâncias normais do ambiente, como por exemplo as proteínas alimentares.
Outro tipo de alergia é à proteína do leite de vaca, que surge normalmente entre os 3 e os 5 meses de vida do bebé. Os sintomas podem ser algumas manifestações cutâneas, gastrintestinais ou respiratórias. Uma coisa boa, é que esta alergia não é uma alergia que se possa prolongar a vida toda.
Mas, afinal de contas podemos ou não prevenir, diminuir ou retardar uma alergia? Vamos por partes.
Numa primeira instância, podemos fazer com que as alergias dos primeiros anos de vida do nosso pequeno sejam retardadas, ou mesmo que estas não tenham grandes manifestações. O aparecimento das primeiras alergias, entre os 3 e os 5 anos, podem ser prevenidas e trazer grande impacto em casos como a dermatite, que apresenta uma grande percentagem como primeiro tipo de alergia a aparecer.
Não podemos considerar que seja possível uma proteção total, porém podemos sempre aplicar medidas que são relativamente simples e que podem ser aplicadas na generalidade dos mais pequenos. Contudo, existe sempre a possibilidade de estas reações de hipersensibilidade derivarem de uma atopia familiar. Sim, os pais também podem ser veículos de transmissão de alergias, no sentido em que se os pais tiverem um historial de alergias, é muito provável que o bebé possa vir a ter.
Agora, que conseguimos ter uma ideia destas malditas alergias e a sua influência no crescimento e desenvolvimento das crianças, queremos saber algumas dicas de prevenção. Bem, achamos que podemos partilhar aqui com vocês o que encontrámos.
- A nível de ambiente, devemos ter em especial atenção a exposição passiva ao fumo do tabaco, pois é nocivo. Durante a gravidez, devemos evitar fumar e procurar por ambientes livres do fumo do tabaco. Posteriormente, o nosso pequeno deverá evitar espaços com fumo e optar por ambientes ao ar livre;
- Algo que podemos colocar em prática, logo no início, é percebermos quais são os riscos alérgicos que o bebé pode estar sujeito, tendo em conta a história familiar;
- A esfera alimentar tem uma importância relevante quando abordamos o tema das alergias, por isso naturalmente recolhemos algumas dicas alimentares: nos primeiros 6 meses, se possível o aleitamento materno deve ser exclusivo, sem adicionar qualquer tipo de suplemento. Caso não seja possível amamentar, é viável a opção pela fórmula infantil hipoalergénica, que incluem proteínas mais suaves de digerir; a alimentação da mãe durante o período de amamentação — uma alimentação variada e equilibrada, com poucos excessos de determinados alimentos (ex: marisco ou soja) e onde o bom senso deve estar sempre presente; os novos alimentos devem ser introduzidos de forma gradual e ponderada (não antes dos 4 meses e não depois dos 6 meses de idade), percebermos como é a receção a esses alimentos (entre 3 a 4 dias) e termos paciência, pois será um processo de aprendizagem e de descoberta para o pequeno.
Um fator que é referido de forma frequente nas pesquisas que realizamos, foi que o leite materno é um ótima forma de prevenir o nosso bebé. Em adição, uma alimentação variada e equilibrada levará a uma melhor produção de leite. No fundo, existe aqui uma priorização do leito materno de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida. Caso este cenários não seja possível, hoje em dia existem inúmeras opções de escolha de leite em fórmula semelhantes ao leite materno, capazes de satisfazer as necessidades do pequeno, nomeadamente, a sua proteção ou uma digestão mais fácil.
Contudo, não podemos esquecer algo bastante importante — não devemos tomar qualquer iniciativa sem consultar um profissional de saúde, visto que nos poderá orientar e aconselhar para a escolha mais adequada.
Outro dia, outra publicação sobre algumas preocupações naturais que os pais pode ter, nesta fase de crescimento e desenvolvimento do bebé. É verdade, que queremos sempre que eles estejam bem e, por isso, esta ideia de prevenção de determinadas alergias é um grande fator que influencia o bem estar do pequeno. Temos que nos lembrar da palavra prevenir, não iremos conseguir proteger totalmente, pois é natural que o contacto que as crianças têm com exterior advenha algumas reações, pois ainda possuem um sistema imunitário imaturo e, ao ter estes estímulos, acaba por se desenvolver consoante os vários ambientes com que se depara.
Desta publicação, vem aquela ideia de que temos que olhar para um dia de cada vez. Podemos prevenir o nosso bebé de situações que estão ao nosso alcance de proteger, porém estarmos sempre atentos ao modo como reage e à sua aprendizagem.
E vocês? Falando das malditas alergias, como correu? Alguma situação em específico que quisessem partilhar aqui connosco? Que outras dicas adicionariam ao grupo que partilhamos com vocês hoje? O quão importante foi a prevenção? Queremos saber a vossa experiência. Queremos saber a vossa opinião.