Hoje em dia, o surgimento de uma nova marca de roupa é algo que está a ser bastante frequente. Pensar na ideia, organizá-la, planear, criar, produzir e apresentá-la ao consumidor. Ser uma marca que se comporta diretamente com o consumidor é comum nas várias startups nativas digitalmente.
No entanto, o que pensamos ser uma novidade neste tema que trazemos hoje, é o facto de estas novas marcas voltarem a colocar em cima da mesa o fator de possivelmente comprarem ou construírem fábricas próprias. Digamos que seria uma forma de “cortar o intermediário” quando pensamos na fabricação das suas peças.
A principal vantagem de possuírem a sua própria fábrica é o facto de estas startups poderem usá-la para produzir linhas de produtos específicas e, com isso, poderem inovar no processo da sua fabricação. Tornarem-se especialistas num determinado tipo de produção pode ser uma mais valia para as suas marcas e para possíveis serviços que poderão alargar as outras marcas.
Podemos, ainda, mencionar outra vantagem - a compra ou construção de fábricas pode ser benéfico para a marca, quando abordamos os temas da redução do tempo de produção e controlo da qualidade. Está nas mãos de cada marca perceber os processos que lhe são mais favoráveis e com isso poder trabalhar mais com a realidade da produção e, não depender de terceiros (ou pelo menos reduzir esse aspeto). É uma grande vantagem, sem dúvida.
Com tais vantagens, também devemos olhar para o outro lado deste contexto. O corte deste intermediário nem sempre é bem sucedido, principalmente quando falamos de marcas recentes que trabalham diretamente com o consumidor. No entanto, este nível de integração vertical funciona melhor para as marcas com uma demanda estabelecida e sem outros investimentos concorrentes por financiamento. Mas, é tudo uma questão de trabalho, organização e aquilo que queremos investir e visualizar para a marca.
Podemos falar do nosso exemplo. A Wedoble surge de forma oposta àquilo que hoje é mais recorrente acontecer. A ideia de criar a marca tem origem numa empresa que já apresentava serviço de produção para inúmeras marcas e, principalmente, é especialista na principal característica da Wedoble — a malha. É uma marca com mais de 20 anos, fruto de uma empresa que já possui mais de 40 anos na indústria têxtil.
A Wedoble surge como um impulso e um investimento que a empresa queria muito fazer. Embarcar numa nova aventura, criar algo novo e explorar novos mercados foram dos principais motivos para que a Wedoble fosse criada. O conjunto de todas esta razões com o facto de querermos que a marca fosse, principalmente, ligada à malha, foi a combinação perfeita. Teríamos algo nosso com a possibilidade de criar e produzir tudo na nossa fábrica, especializando-nos ainda mais e evoluir para novas técnicas de produção. Tudo alinhado para dar certo. E assim foi.
Termos a possibilidade de dizer que temos a nossa própria fábrica é uma mais valia. Pensamos que a Wedoble surgiu numa fase importante da empresa, permitiu desenvolver e evoluir e permitiu criar algo nosso. Deixa-nos orgulhosos o percurso que, até hoje, a Wedoble tem feito e, ansiosos para o seu futuro cheio de novidades, desenvolvimento e muito crescimento. Ela veio permitir que a nossa fábrica crescesse e fosse um grande fator na nossa produção.
Desta forma e tendo ocorrido de forma contrária ao que aconteceu com a nossa marca, pensamos ser um ótimo investimento, porém uma ideia que deve ser bem pensada. É algo pouco comum ainda, mas vale cada minuto poder ter as duas realidades próximas —criativa e produtiva— principalmente quando falamos de marcas associadas à indústria da moda.
É um privilégio podermos dizer que temos a nossa própria marca e temos a nossa própria fábrica.
E vocês? Conheciam esta realidade? Queremos saber as vossas opiniões.